A Pessoa É Para O Que Nasce - Resenha Com Olhares Antropológicos
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA
GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA
Louise Rolim
O trabalho em questão discorre sobre temáticas abordadas no texto Os Tambores dos Mortos e os Tambores dos Vivos (GOLDMAN, M.) e tem como objetivo analisar as relações sociais e antropológicas do filme-documentário A Pessoa É Para O Que Nasce.
O longa-metragem A Pessoa É Para O Que Nasce teve origem no curta-metragem de apenas seis minutos e mesmo nome – ambos dirigidos por Roberto Berliner- que conquistou o público em 1999. O longa põe em evidência três irmãs cegas que ganham a vida tocando ganzá, cantando e pedindo esmolas nas ruas da cidade de Campina Grande, na Paraíba. Após a veiculação do curta-metragem, as três ficaram conhecidas e foram convidadas para duas apresentações musicais, uma em Salvador (BA) e outra em São Paulo (SP), ao lado de músicos internacionais e nacionais. No longa-metragem, o diretor adentra na realidade das Ceguinhas de Campina Grande – como ficam conhecidas – e mostra como ficou a vida das três após o reconhecimento gerado pelo curta. As irmãs se chamam Maria, Regina e Conceição, e são conhecidas como Poroca, Maroca e Indaiá. Quando eram pequenas, a família nordestina seguia o pai viciado alcoólatra pelas propriedades rurais em busca de trabalho e a mãe contribuía para a renda fazendo artesanato. Após a morte de seu pai, a família – que não parava de crescer- passou a viver basicamente do dinheiro arrecadado pelas irmãs tocando e cantando. Houve época, em que elas sustentavam 14 pessoas, entre irmãos e irmãs, sobrinhos, etc. Maria foi a única que se casou. Após o nascimento de sua filha, Maria Dalva, Maria foi viver com seu marido em Natal (RN) e ficou um período longe das irmãs. Quando o marido falece, Maria retorna a Campina Grande e se casa novamente com Silvestre, que é morto após dois anos de casados por um dos irmãos de Maria. Anos mais tarde, as três passam a viver sozinhas.
No filme, mostra a vida cotidiana das