A pesquisa científica é voltada, fundamentalmente, para o estabelecimento de teorias. Segundo Kerlinger7 a pesquisa básica tem como propósito o estudo das relações entre os fenômenos, não objetivando, a principio, resolver problemas práticos. Essa concepção fica ainda mais definida quando contraposta à de pesquisa aplicada, que, como o próprio nome indica, mira-se em objetivos específicos. O autor atribui a maior importância dada à pesquisa aplicada ao forte caráter pragmático dos povos modernos industriais: pesquisas orientadas à resolução de problemas específicos têm mais valor por visarem aos resultados imediatos. Pondera também, que essa atitude torna-se ao mesmo tempo amiga e inimiga da ciência: amiga enquanto as pessoas “poderosas” vêem utilidade na ciência e inimiga quando a mesma é tida como ineficaz na solução dos problemas. A discordância com a associação compulsória entre ciência e prática parece querer afastar a tendência nociva de esperar-se que os estudos científicos resolvam todos os problemas. Todavia, mesmo quem enfatiza esse caráter mais “puro” da ciência, admite a sua influência sobre a prática. que se manifesta de forma lenta e indireta: lenta, porque a compreensão dos fenômenos deve, primeiro, combater as crenças existentes: indireta, pois materializa-se por intermédio das teorias. Assim, mostra-se bastante interessante a classificação feita por Bunge, apud Gewamdsznajder8 , através da qual diferencia ciência básica ou pura, ciência aplicada e técnica ou tecnologia. A ciência pura busca aumentar os nossos conhecimentos sobre os diversos fenômenos, “mesmo que - pelo menos aparentemente-desprovidos de uma utilidade prática imediata.” A ciência aplicada, conforme conceituada anteriormente. almeja objetivos determinados. Por sua vez, a tecnologia busca criar novos artefatos ou produtos. a partir de conhecimentos obtidos na pesquisa pura ou na pesquisa aplicada. Logicamente, existe uma grande inter-relacão entre os diversos tipos de pesquisa.
Outro