A perspectiva psicanalítica de grupos

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A única certeza que temos é que nós existimos. É preciso conhecer o indivíduo se quisermos perceber o que está além dele. O olhar do senso comum vê o mundo, e reconhece nele objetos e pessoas. O grupo é o verdadeiro sujeito da realidade humana. O indivíduo não é nada menos que uma criação originalíssima, tão dotado que chega a ponto de proclamar sua própria autonomia. Só que o indivíduo não existe em si mesmo ou por si mesmo, ele precisa da participação e interação nos grupos. E é por causa dessa interação que ele vem a se tornar um indivíduo, ou seja, ele se torna o que é.

Freud caracterizou como uma dificuldade intrínseca da psicanálise a sua própria descoberta fundamental: o Inconsciente. A Ciência causou três grandes transformações no narcisismo humano: a primeira foi causada por Copérnico, a segunda por Darwin, e a terceira pelo próprio Freud, com a descoberta do inconsciente. Extrapolando o texto freudiano, acrescentaríamos que os grupos são a quarta ferida narcísica.

A revolução copernicanica nos mostra o quanto somos exteriores no vasto universo. Aceitamos a visão de Copérnico, mas não a realizamos. A experiência sensorial nos leva a tirar da realidade em que estamos imersos. Assim, Freud concluiu que isso foi assimilado como uma ferida narcísica. Renunciando do papel de centro do universo, mantendo a idéia de que seriamos o centro da criação.

Charles Darwin descreveu a evolução dos seres vivos e nos colocou em um dos seus muitos ramos, junto aos primatas superiores. Darwin foi ironizado por causa da sua teoria, os jornais ingleses faziam charges e piadas onde ele aparecia como um bebê peludo e sendo amamentado pelos chipanzés.

Essa segunda ferida faz nos reconhecer os nossos parentescos com todas as formas de vida da terra. O narcisismo reagiu, e levantou contra a teoria darwiniana todo tipo de argumento, desde os religiosos-fundamentalistas, até os culturais e artísticos, que sustentavam a grande diferença nas nossas produções simbólicas

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