A origem do Piano

A ORIGEM DO PIANO Data dos princípios do sec. XVIII e resultou de uma aplicação ao Cravo do principio da percussão do Clavicórdio, substituídas as tangentes deste pelos chamados Martelos (“Cravo de martelos”). O novo instrumento levava nítidas vantagens sobre os seus antecessores do ponto de vista da dinâmica sonora, pois que, graças a dispositivos especiais, o som podia aumentar ou diminuir à vontade do executante (características que o Clavicórdio e o Cravo desconheciam, ou só obtinham por contraste súbito, sem gradações intermediarias), donde o nome de Gravicembalo col piano e forte (isto é, com fraco e intenso) ou simplesmente piano-forte (e mais tarde apenas piano) por que a principio se designou. A invenção deste instrumento é em geral atribuída ao italiano Bartolomeu Cristofori, de Pádua, o primeiro fabricante que substituiu as lamelas por martelos e que imaginou os abafadores, de importância tão decisiva como os martelos no mecanismo do piano. A sua invenção data de 1711, mas passados cinco anos, em 1776, o francês Marius apresenta à Academia das Ciências um instrumento baseado mais ou menos nos mesmos princípios. Por seu turno, o alemão Schroeter apresenta também, em 1721, ao eleitor de Saxe um instrumento similar (em que já trabalharia desde 1717), tendo o seu sistema sido aperfeiçoado em seguida por Silbermann. Destes fatos o mais natural é concluir-se que a ideia andava como que no ar nos princípios do séc. XVIII, solicitada pelas novas necessidades gerias de expressão musical, forcejando simultaneamente vários fabricantes por resolver o problema instrumental que tais necessidades pressupunham. Seja como for, o novo instrumento foi por toda a parte bem acolhida (salvo por um J. S. Bach, que reprovou o piano martelos de Silbermann) e imitado, substituindo em breve (sobretudo na Inglaterra, que na fabricação e vulgarização do novo instrumento teve boa parte) o antigo Cravo. Logo de inicio, três modelos ou tipos de piano se apresentaram: 1º) o