A Organiza O Das Tarefas E Das Pessoas Na Fazenda Produtora De Leite
Paulo Fernando Machado
Prof. Titular Bovinocultura de Leite
Diretor da Clínica do Leite
ESALQ/USP
“Eu treino as pessoas em minha fazenda. Trato-as bem e, quando elas estão boas, saem para trabalhar em outro negócio, muitas vezes para ganhar até menos do que ganhavam em minha fazenda”. Tenho escutado este tipo de comentário com frequência. Será que a pecuária de leite é que é o problema?
Muitas vezes racionalizamos sobre esta questão de mão de obra e atribuímos as causas do problema à trabalho muito árduo, longas horas diárias, ambiente sujo, distância das cidades, baixo salário, entre outras. Isto tudo é verdade, mas será que em outras atividades não se observa o mesmo problema? Será que pessoas vivendo nos suburbios de grandes cidades vivem melhor do que aqueles nas fazendas? Bem, e mesmo que estes pontos sejam a causa do problema, será que não há solução? Será que a pecuária de leite está fadada a acabar por falta de mão de obra?
Em outros paízes tem sido procurado alternativas como por exemplo a ordenha robotizada (que já aportou no Brasil), os limpadores de piso automáticos, dentre outras aparelhagens. Nestes paízes, no entanto, não houve redução do número de pessoas nas fazendas mas sim a liberação dos proprietários, que ordenhavam as vacas, para atividades mais intelectuais como o gerenciamento do negócio, mesmo porque os robos precisam ser limpados manualmente 3 vezes ao dia, as vacas precisam ser checadas, etc.
É preciso enfatizar que todo e qualquer negócio precisa de pessoas. Apesar da evolução das instalações e dos equipamentos nas fazendas produtoras de leite, cada vez mais as pessoas é que farão a diferença nos resultados do negócio. É preciso atrair e reter bons funcionários para que o negócio tenha sucesso.
Nesta área (gestão de pessoas) muito ainda temos que melhorar, desde a forma legal de contratação até a questão de relacionamento, comunicação, definição de