A noção de fricção interétnica
A busca de um refinamento metodológico e conceitual sobre a situação do contato é uma busca perene entre os etnólogos, e pouco se pode dizer sobre o assunto que não já tenha sido trabalhado repetidamente.
Para Roberto Cardoso de Oliveira (1996), o conhecimento do contato interétnico “será alcançado de modo mais completo se focalizarmos as relações interétnicas enquanto relações de ‘fricção’” (p.33)
Tal relação de fricção torna-se o assunto mais importante para compreensão do fenômeno do contato.
A etnologia moderna possui diversas tradições que estudam os fenômenos das relações entre povos de culturas diferentes.
Tais tradições são: 1. Britânica com o “estudo das mudanças sociais” 2. Norte-Americana com o “estudo dos processos de aculturação” 3. “Estudos de situação”
Nos estudos britânicos de mudança social (resultado da fricção interétnica) a noção de instituição social se coloca num papel central. Buscam os estudos de contato valendo-se da análise de instituições correspondentes o que para Oliveira (1996), “leva o pesquisador a minimizar a influencia dos agentes alienígenas naquelas esferas formalmente fora de seus respectivos campos de ação” (p.35)
“esta ficção teórica produziu frutos bem amargos para a antropologia social em suas tentativas de compreender o contato interétnico, especificamente entre populações indígenas e sociedades coloniais” (p.35)
“a adoção do termo mudança social no título não implica a aceitação de um ponto de vista funcional-estrutural (...) a verdade é que o espírito britânico não trouxe para os estudos de contato interétnico o melhor de seus esforços teóricos e metodológicos” (p.35)
Buscam mais analisar os mecanismos de mudança inerente as sociedades tribais reduzindo o contato a estímulos às alterações na ordem social.
Então a questão é “como explicar o contato se toda a orientação está concentrada na descrição de uma terceira sociedade” (p.36)
“involuntariamente, Malinowski