A nova história cultural – considerações sobre o seu universo conceitual e seus diálogos com outros campos históricos
José D’Assunção Barros∗
Resumo
Este artigo tem por objetivo elaborar algumas considerações sobre a Nova História Cultural, em especial no que concerne às alternativas conceituais oferecidas por algumas de suas correntes. Serão examinados conceitos como “práticas”, “representações”, “ideologia”, “imaginário” e “Cultura Política” – neste último caso como uma oportunidade para refletir sobre a confluência entre História Cultural e História Política. A reflexão sobre os conceitos também se mostra como oportunidade para examinar outras confluências entre a História Cultural e modalidades como a História Social, História da Religiosidade e História do Imaginário. Palavras-Chave: História Cultural; práticas; representações; Cultura Política.
Algumas correntes fundamentais da Nova História Cultural As noções complementares de “práticas” e “representações” têm sido bastante úteis aos historiadores culturais, particularmente porque, através delas, podemos examinar tanto os objetos culturais produzidos, os sujeitos produtores e receptores de cultura, como também os processos que envolvem a produção e a difusão cultural, os sistemas que dão suporte a estes processos e sujeitos, e, por fim, as normas a que se conformam as sociedades através da consolidação de seus costumes. Neste artigo, examinaremos a chamada Nova História Cultural e, mais especificamente, o sistema conceitual que se desdobra a partir das referidas noções de “práticas” e “representações”. Começaremos por notar que a História Cultural encontra-se em alta nos dias de hoje. Se entre os anos 1950 e 1970 a História Econômica foi talvez a modalidade historiográfica a ocupar um lugar de maior destaque na historiografia, sem demérito para os inúmeros outros campos históricos, as últimas décadas do século XX acenaram
Doutor em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Professor da