A nova engenharia organizacional
O desafio da produção sustentável pressupõe uma nova arquitetura das organizações e exige a construção de redes que fortifiquem a colaboração mútua e o trabalho em sinergia. A corresponsabilidade entre os diversos estados, empresas, terceiro setor e cidadãos acentua-se na análise das causas dos problemas ambientais. Na outra ponta, a da solução desses problemas, a cooperação é que tece a rede na qual se coordenam as operações simultâneas e os esforços paralelos individuais e coletivos. Cooperar é o meio de se fortalecer compartilhando competências, infraestrutura, experiência de mercado, dividindo custos e somando esforços. Por isso, o mundo hoje não é mais um conjunto de grandes fábricas isoladas, mas uma rede de pequenas, médias e grandes empresas, cooperativas locais e corporações transnacionais atuando coligadamente entre si, em arranjos diversos, dos clusters regionais às organizações virtuais, com harmonias ou dissonâncias.
Das pequenas às grandes inovações, a busca da sustentabilidade impõe-se nos diversos planos: processos produtivos mais limpos e econômicos do ponto de vista dos recursos naturais; produtos igualmente inovadores em termos de novas funções e menor impacto ambiental; novas matérias-primas para produtos já conhecidos; serviços mais intensos em conhecimento para a gestão ambiental; políticas internas de administração que envolvam educação, tecnologia e redução de gastos relacionados a matéria-prima, processos de produção e formas de organização do trabalho. Portanto, a sustentabilidade não pode ser entendida (apenas) como um departamento da empresa, nem como uma dimensão da corporação. O adjetivo sustentável apenas faz sentido quando vinculado à empresa como um todo. A empresa sustentável é aquela na qual o foco das atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação, da política de recursos humanos, do trabalho produtivo, das estratégias de marketing e mesmo do departamento financeiro encontram-se no