A nova concepão em geral
Holgonsi Soares Gonçalves Siqueira
*Publicado no Jornal "A Razão" em 01/05/2003
"Os métodos de trabalho estão indissoluvelmente ligados a um determinado modo de viver, de pensar e de sentir a vida" (A.Gramsci).
Entre as grandes transformações resultantes do advento da sociedade informacional, temos a reconceitualização do trabalho humano. Desde a Grécia Antiga, passando pela Idade Média, na visão dos protestantes, dos economistas clássicos ou no entendimento crítico de Hegel e Marx, o conceito/entendimento de trabalho tem sofrido profundas alterações, as quais expressam as mudanças econômicas e as formas de produção próprias de cada contexto. Tomando-se como base a concepção fordista-taylorista responsável pela organização científica do trabalho, temos a característica que mais contrasta com a forma atual de conceber o trabalho, ou seja, a desvalorização do conhecimento e do saber desenvolvido com a formação e a experiência. De acordo com Gramsci, "a qualificação (aqui) é medida a partir do desinteresse do trabalhador, da sua "mecanização""; esta concepção reduzia as operações produtivas apenas ao aspecto físico maquinal, negando a participação ativa da inteligência, da fantasia e da iniciativa do trabalhador.
Neste paradigma, o controle, a prescrição e a limitação dos movimentos, praticamente anulavam a importância do "saber-fazer" dos trabalhadores, ignorando com isso a capacidade que os mesmos possuíam no sentido de aperfeiçoar os sistemas técnico-organizacionais. Sobre isto, o exemplo dos amanuenses dado por Gramsci para ilustrar essa situação sobre o taylorismo e a mecanização do trabalhador, é bastante interessante. Segundo ele, para os amanuenses a adaptação à mecanização seria bem mais difícil do que para outro trabalhador, pois os mesmos teriam que ignorar ou não refletir sobre o conteúdo intelectual do texto que estavam reproduzindo para evitar que interferissem e modificassem o texto.
Porém, a