Diderot E O Teatro Das L Grimas Cerebrais
Universidade Federal de São Carlos
Marcelo Ferreira Junior
(RA: 501450)
Diderot e o teatro das lágrimas cerebrais
Resumo: O presente texto tem o objetivo de examinar em linhas gerais a concepção de teatro para Diderot, sublinhando seu modelo ideal que assinala o comediante como figura central nessa arte dramática, e a desejosa reforma da cena teatral que pretende o autor. Paralelamente, tomaremos como objeto de investigação os aparentes desconcertos, que são antecipados pelo filósofo, para chegarmos às possíveis acepções que o termo “paradoxo” pode-se referir. Será utilizado, para esse fim, o eixo central do estudo, o Paradoxo sobre o comediante, além de vários outros escritos de Diderot, bem como o auxílio de alguns comentadores como Franklin de Matos. Aos olhos de Diderot, ao contrário da opinião corrente de sua época, é a ausência de sensibilidade que desempenharia um papel fundamental na atuação do bom comediante.
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Diderot, o filósofo, dramaturgo, crítico, excêntrico espectador¹, teórico de peças, autor consagrado, principal colaborador da famosa Enciclopédia. Muitas, sem dúvidas, são as atividades pelas quais Diderot marcou seu nome na história dos homens. Por mais diverso, todavia, que seja seu legado para a sociedade, de seu tempo e desde então até os dias de hoje, é inegável que em todas suas indas e vindas, e ramos e meios, ele nunca deixou de ser um devoto entusiasta da Arte. Dentre todas, talvez nos seja lícito realçar a que mais ocupou, por diversos ângulos, o pensamento do filósofo: a arte dramática do teatro.
À sua época, o teatro francês encontrava-se, segundo Diderot, em crise; razão pela qual empenhou-se com estupendo afinco em prol de uma reforma no teatro francês do século XVIII, em uma proposta que fosse mais consistente com sua concepção estética e filosófica da arte dramática. Diderot se insere dentro do quadro que se convencionou