A noiva
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PRÓLOGO
Escócia, 1100.
A vigília acabara. Por fim, a mulher de Alec Kincaid iria ao seu descanso final. O tempo estava tão sombrio como os semblantes dos escassos membros do clã reunidos ao redor da sepultura no topo do rochedo árido. Helena Louise Kincaid não seria depositada em terra sagrada, pois a jovem esposa do poderoso caudilho havia disposto de sua própria vida e, portanto, estava condenada a descansar fora do cemitério cristão. A Igreja não permitia que o corpo de uma pessoa que cometera um pecado mortal descansasse em solo bendito. Os chefes da Igreja consideravam que uma alma corrupta era como uma maçã podre, e era impossível considerar a possibilidade de que esse espírito manchado contaminasse os puros. Sobre os homens do clã caía uma chuva intensa. O corpo, envolto no manto dos Kincaid, vermelho, negro e da cor das urzes, gotejava água e parecia pesado quando o depositaram dentro do caixão novo de pinheiro. O próprio Alec Kincaid se ocupou de fazê-lo. Não permitiria que ninguém tocasse sua esposa morta. O padre Murdock, o ancião sacerdote, permanecia de pé a respeitável distância dos outros. Não parecia sentir-se muito à vontade por não ter celebrado a cerimônia habitual: não existiam preces destinadas aos suicidas. Por outra lado, que consolo poderia oferecer aos presentes, se todos sabiam que Helena ia para o inferno? Era a própria Igreja quem decretara esse penoso destino. O único castigo para o suicídio era o fogo eterno. Não foi fácil para mim. Estou de pé junto ao sacerdote com expressão tão grave como as de todos os outros membros do clã, e também elevo uma prece, mas não por Helena. Não, dou graças