A NA O BRASILEIRA CONSTRU DA EM SUA LITERATURA
O que somos? Quem somos? Como nos tornamos o Brasil de hoje? Como os atuais brasileiros se formaram? Essas perguntam sempre vagam nas mentes dos mais variados habitantes de nossa terra, sejam eles, brancos, negros ou índios. E são muitas as possíveis respostas dessas perguntas. Desde usando a história, as lendas, os boatos ou as mais diversas analogias.
Na difícil missão de tentar entender e talvez conseguir sanar essas interrogações, usamos os mais diversos fragmentos de nossa história através da literatura, ora retratando momentos vividos como as pinturas da Primeira Missa do Brasil, ora através de personagens de ficção, como em Macunaíma, que aborda as qualidades e defeitos de nossa terra e nossa gente.
Dessa forma, montamos um bordado e não tem outro início que não seja a chegada dos portugueses ao Brasil, chegada esta retratada por Portinari e também por Victor Meireles, na Primeira Missa do Brasil. Contudo, ao analisarmos as obras temos interpretações diferenciadas de ambas. Vitor Meireles representa o acontecido de forma objetiva, colocando todos os possíveis participantes daquele momento. A igreja representada pela cruz e padre, os portugueses colonizadores e os índios meros expectadores. Cenário bem elaborado que propõe a ordem das superioridades, Deus, Igreja, Colonizador e, por fim, os índios. Já Portinari, coloca uma dúvida em sua obra. Onde estão os índios? Podemos falar que é o retrato da visão dos índios, ou que a não presença deles no cenário, representa que a chegada dos portugueses acaba com os índios e suas culturas.
Seguindo com a construção desse bordado passamos por Vozes D´Africa de Castro Alves é a imagem da exploração dos negros como mão de obra escrava. Ao clamar por Deus que não respondes, fica evidente que eles foram arrancados de sua terra, humilhados e escravizados.
Em Negra Fulô de Jorge de Lima, mais uma vez fica caracterizada a submissão do negro, se calando e fazendo o que seus senhores mandam. Entretanto,