Inocência
Foi um dos primeiros prosadores brasileiros a emprestar a linguagem coloquial regional em suas obras.
Taunay tinha um agudo senso de observação e análise, aliado a uma vivência riquíssima da paisagem e da História do Brasil.
Foi um ator não denominado pelo sentimentalismo, que soube conjugar as ca-racterísticas fundamentais da estética romântica com grande acuidade na constru-ção de tipos e na descrição das paisagens brasileiras. Focalizou os usos e costumes do interior do pais, em narrativas pitorescas.
É notável como o narrador nos apresenta o choque de duas concepções de mundo extremamente diversas. Pereira, homem do sertão, preso a padrões estritos de comportamento, mantém sua bela filha Inocência reclusa. Para chegar
2. EM INOCÊNCIA:
1. Taunay conta com franqueza seu relacionamento com uma jovem que co-nheceu no Mato Grosso, a partir dai percebemos a origem mais íntima da personagem-título de lnocência, protótipo da mulher sertaneja imaginada pelo autor.
2. Taunay foi um autor além da maioria dos romancistas, entre os quais se in-cluíam alguns que, embora também usassem temas sertanistas, não tinham realmente muita experiência do interior brasileiro. Taunay, ao contrário, es-crevia sobre o que conhecera. Aliás o próprio Taunay se manifestou sobre isso, embora não diminuísse de modo algum a importância e o valor dos outros romancistas.
3. Nesse romance, o rigor do observador militar que percorreu os sertões mistura-se à capacidade imaginativa do ficcionista. O resultado é um belo equilíbrio entre a ficção e a realidade, raramente alcançado na literatura brasileira até então.
4. Elabora diálogos com a coloquialidade graciosa e natural do novo sertanejo "Nocência", "Por que se tocou assim no quarto", "é bom não se canhar as-sim", "sestiando", "Nhor-sim", "quer mecê", mas também utiliza a linguagem culta.
5. Reforça-se uma das principais características do Romantismo europeu: a concepção de um