INOCÊNCIA
1. CIRINO
2. INOCÊNCIA
3. MANECÃO
4. DONA PEREIRA
5. TICO
6. MADRINHA DE INOCÊNCIA
7. MEYER
CENA 1: ENCONTRO DE CIRINO COM DONA PEREIRA
Dona Pereira: Olá, patrício, vai indo pra onde?
Cirino: Não tenho destino certo, ando por esses sertões curando maleitas e feridas brabas.
Dona Pereira: Ah, então vos mecê é doutor, não é? Ora pois, isso me cai bem, estou com uma menina doente de maleitas, minha filha.
Cirino: Tenho muito remédio para maleita na minha mala. Tem um é infalível contra maleita.
Dona Pereira: Home, lhe pago como se deve, então venha pra minha casa. Seu...
Cirino: Cirino.
Dona Pereira: me chamo Dona Pereira e mercê caiu foi do céu.
CENA 2: CURA DE INOCÊNCIA
Dona Pereira: O doutor se abanque, que vou ver minha filha Inocência. (vai até o quarto).
Doutor, pode mercê entrar e ver a pequena. (puxa Cirino antes dele entrar). Sr. Cirino, tenho um defeito, sou muito desconfiada, vai o doutor entrar no interior da minha casa e deve se portar como...
Cirino: Oh, Dona Pereira, posso me gabar de ter sido recebido no seio de muita gente de família honesta e sei proceder direito, como devo.
Dona Pereira: Vejo que o senhor não é nenhum pé-rapado, mas não é bom facilitar. É difícil criar uma moça, por isso tratei logo de casá-la.
Cirino: É casada, então?
Dona Pereira: Não, mas está apalavrada. Vou casá-la com o Manecão. Home direito, trabaiador, desempenado. Inocência, está aqui o doutro Cirino, que vem te curar.
Cirino: Boa-noite, dona. (tira o pulso da moça e depois observa-lhe um lenço amarrado na cabeça). Por que amarrou este lenço na cabeça?
Inocência: Por nada não senhor.
Cirino: Tire-o, convém não chamar o sangue.
(Inocência tira o lenço, soltando os fartos cabelos e ele fica imóvel, de boca aberta, hipnotizado com sua beleza)
Dona Pereira: Doutor, o remédio... o remédio...
Cirino: Ah! (voltando à realidade) ela deve