A míseria do Mundo- Compreender
[...] na verdade, eu creio que não há maneira mais real e mais realista de explorar a relação de comunicação na sua generalidade que a de se ater aos problemas inseparavelmente práticos e teóricos, o que decorre do caso particular de interação entre o pesquisador e aquele ou aquela que ele interroga.” (pg. 693)
“Sem dúvida a interrogação cientifica exclui por definição a intenção de exercer qualquer forma de violência simbólica capaz de afetar as respostas; acontece, entretanto, que nesses assuntos não se pode confiar somente na boa vontade, porque todo tipo de distorções estão inseridas na própria estrutura da relação de pesquisa. Estas distorções devem ser reconhecidas e dominadas; e isso na própria realização de uma prática que pode ser refletida e metódica, sem ser a aplicação de um método ou a colocação em prática de uma reflexão teórica.” (p. 694)
“mas entre aquela que o faz sem o saber e aquela que, sabendo, se esforça para conhecer e dominar o mais completamente possível seus atos, inevitáveis, de construção e os efeitos que eles produzem também inevitavelmente.” (p. 695)
“E efetivamente sob a condição de medir a amplitude e a natureza da distancia entre a finalidade de pesquisa tal como e percebida e interpretada pelo pesquisado, e a finalidade que o pesquisador tem em mente, que este pode tentar reduzir as distorções que dela resultam, ou, pelo menos, de compreender o que pode ser dito e o que não pode, as censuras que o impedem de dizer certas coisas e as incitações que encorajam a acentuar outras.” (p. 695)
“Procurou-se então instaurar uma relação de escuta ativa e metódica, tão afastada da pura não-intervencao da entrevista não dirigida, quando do dirigismo do questionário.” (p.695)
“[...] não e suficiente agir, como o faz espontaneamente todo ‘bom’ pesquisador, no que pode ser consciente ou inconscientemente controlado na intervenção,