A mídia na Era Vargas
Os sambas eram utilizados para mostrar a essência do trabalhador brasileiro e a DNP (Departamento Nacional de Propaganda) vinha reportando algumas críticas ao governo de Vargas e mobilizando parte da população por meio dos sambas. O samba era um ritmo puramente brasileiro, reconhecido no exterior.
Vargas se aproveitou deste recurso para demonstrar que o brasileiro era um trabalhador determinado.
Após algumas reuniões com o órgão do DNP, Vargas cria como extensão o DIP, cujo objetivo era proteger e garantir a melhor imagem do país possível.
Autorizou o DIP a controlar as publicações de conteúdos negativos por meios de emissoras de rádio, pelo cinema, pelo teatro. O conteúdo tido como nocivo poderá ser alterado sem aviso prévio ao proprietário, e o DIP teria de criar também meios educativos para a população, atividades recreativas para os trabalhadores brasileiros, manifestações de festas e comemorações com intuito patriótico, fazer propaganda sobre o turismo brasileiro, que devem ser reconhecidos pelos estrangeiros.
Vargas modificou alguns versos que poderiam “sujar” a imagem do país. Quem pensasse em discordar com a decisão de Vargas apanharia e iria preso, pois naquela época não havia democracia.
Muitas representações artísticas foram alteradas pelo DIP. Em relação ao samba, temos a modificação da canção “O Bonde de São Januário” de Wilson Batista:
Versão modificada:
“Quem trabalhava é quem tem razão
Eu digo e não tenho medo de errar
O bonde de são Januário
Leva mais um operário
Sou eu que vou trabalhar”
Versão original:
O bonde de são Januário
Leva mais um sócio otário
Só eu não vou trabalhar”
Outra canção também de Wilson Batista foi caçada pelo DIP devido ao seu conteúdo nocivo e malandragem extrema nos versos, sendo bloqueada de ser publicada pelas mídias.