A máquina e a revolta - resenha crítica
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA
Resenha Crítica: A Máquina e a Revolta
Por: Carolina Castro Cerqueira
ZALUAR, Alba. A MÁQUINA E A REVOLTA: as organizações populares e o significado da pobreza
Aclamada como uma das grandes pesquisadoras brasileira a estudar o fenômeno da violência urbana, Alba Zaluar, antropóloga bastante referenciada dentro da Antropologia Urbana e na Antropologia da Violência, ganhou espaço dentro das ciências sociais e na esfera nacional, tendo em vista seus estudos desenvolvidos a cerca do fenômeno da violência urbana que assola a maioria (senão todas) das grandes cidades brasileiras. Em particular, no meio acadêmico brasileiro, sua obra tornou-se fonte de referência no que diz respeito a estudos sobre a violência urbana.
No conjunto da obra desenvolvida em 19851, período em que o Brasil passava por mudanças significativas em seu aparelho de Estado2 e na sua própria conjuntura econômica e social, Alba Zaluar, com objetivo de estudar as formas de organização das classes populares, toma a comunidade da Cidade de Deus (Rio de Janeiro) como referência, local onde desenvolve toda a sua pesquisa etnográfica, que é base no desenvolvimento deste trabalho.
“Escolhi Cidade de Deus porque queria entender se as organizações vicinais, das quais todos falávamos como sendo características das favelas cariocas, teriam sido transportadas para os conjuntos habitacionais que receberam aqueles que foram removidos, principalmente da zona sul. Tinha ocorrido o primeiro conflito armado na cidade do Rio de Janeiro, envolvendo traficantes de Cidade de Deus, no início da guerra às drogas. Meu propósito, entretanto, era o de estudar o significado da pobreza e as organizações vicinais. Na Inglaterra entrara em contato com pesquisas sobre as vizinhanças, as redes de relações dos operários dentro da fábrica, que possuíam semelhanças com as relações de vizinhança.”3
A análise e a