A Mundialização Económica
A expressão mundialização económica é, actualmente, utilizada com grande frequência e, por isso, podemos associá-la a uma invenção do fim do século XX. Contrariamente ao que possamos pensar, a mundialização é um processo antigo, que começou provavelmente com o mercado mundial de especiarias na Idade Média, que prosseguiu com o mercado dos metais preciosos no século XVI, na sequência dos Descobrimentos, e que continuou com o mercado de tecidos da Índia no século XVIII, sem esquecer o mercado de escravatura que integrou a Europa, África e as Américas.
A mundialização intensificou-se entre 1880 e 1914. O Reino Unido, país com maior avanço tecnológico da época, lança-se na conquista do mundo, através da intensificação do povoamento das colónias, da extracção de recursos e da garantia de mercados consumidores para as suas produções. A sua supremacia tecnológica, aliada à revolução nos transportes, permite-lhe obter mercados consumidores nos diversos continentes. As transacções comerciais aumentam sobretudo entre as metrópoles e as colónias.
Depois dos anos 40 do século XX, regista-se uma nova vaga da mundialização. Este período coincide com a ascensão dos EUA na comunidade internacional. As firmas americanas e os capitais americanos dominam o comércio externo e lideram os investimentos directos estrangeiros e a Europa perde influência a nível mundial. Neste período, os valores do comércio e do investimento estrangeiro continuam abaixo dos valores alcançados antes da Grande Depressão dos EUA.
A mundialização sofre uma nova aceleração nos últimos 25 anos do século XX. Os progressos ao nível da liberalização do comércio e ao nível dos transportes permitem a integração de novas economias no comércio mundial. O comércio externo representava, em 2000, mais de 25% da produção mundial. O investimento directo estrangeiro cresce de forma espectacular; aos EUA juntam-se a Europa e o Japão na criação de empresas multinacionais. As