A mulher moderna
Voltar aos anos 20 não é nada ruim, ainda mais quando se trata da mulher. Uma época em que o mundo era eufórico e as mulheres ainda tinham o posto de moderna sem levantar às 7:15 da manhã. Tinham os pés no mundo e o mundo nas mãos. Elas não poderiam imaginar a verdade de uma mulher moderna. Enquanto os maridos lutavam para encher a geladeira, elas lutavam para encher o coração - deles - se enfeitando. E era em alto estilo (Coco Chanel) que marcavam a elegância e silhueta. Nos bailes os maridões esbanjavam suas melindrosas ao som do Jazz.
Não bastasse tanto luxo e o tempo caminhou. Mas caminhou junto as agonias, ansiedades e consquistas do “eu também posso, eu também sinto, eu também degusto”. Precisou queimar soutien em praça pública pra alarmar tudo e todos que as “modernonas-feministas-fominhas” estavam rebeldes e queriam ser as musas da sociedade. Os anos 20, 30, 40, ... passaram.Ta aí, estamos nos anos dois mil e mais alguns sem entender muito. Chegamos em um posto grande (coloca GRANDE lá no alto) mas não saímos do lugar (continuamos sensíveis, frágeis e sonhadoras). Somos escravas do tempo sem espaço.
E hoje é assim, ser moderna é acordar todo dia pulando da cama já devorando o jornal e café. Com volante nas mãos, salto no acelerador e coração queimando radares, chegamos ao trabalho; mil ligações, mil vozes, mil pensamentos. Ainda temos que permanecer lindas, cheirosas e gostosas. Unhas bem feitas, cara pintada e alma todo dia sendo lavada. Hoje mais que mulheres somos artistas. Precisamos saber todo “beabá”, de culinária a cabeça dos homens, de sexo seguro e delicado a sete artes. Permanecemos (AINDA com tanta briga) em um mundo preconceituoso, maldoso e infinito de mistérios. E pior que tudo isso, é não saber aonde vamos chegar. Conquistamos nosso espaço, continuamos em busca de direitos, deveres iguais e reconhecimento.
Então é isso aí, precisamos saber tanto e montar um machão pra falar que não sentimos. Mas sentimos sim! E sentimos