A morte em Montaigne
Laerte Willians Cameschi
RA: 70-76017
Noturno
Professor Sérgio Xavier
História da Filosofia Moderna I
“O suicídio como fuga:
O despojamento das máscaras do mundo”
O suicídio como fuga: O despojamento das máscaras do mundo
"Ninguém é responsável pelo seu nascimento, cada um é livre de escolher a morte, portanto de rejeitar o fardo que recebeu sem o ter pedido."
Raymond Aron
Introdução
O suicídio como fuga: O despojamento das máscaras do mundo
O principal objetivo deste ensaio é uma defesa a respeito do suicídio como fuga das dores do mundo, como um ato nobre e louvável de aplausos, sendo o único meio de encontrarmos a verdadeira liberdade e o abandono das máscaras que se interpõem entre a face humana e a realidade, que se coloca diante dos homens como fonte inesgotável de sofrimento, tendo como ponto de partida os pensamentos de Sêneca e suas concepções a respeito da morte e do ato de matar-se. Lucius Annaeus Sêneca, escritor, filósofo e político da era I cristã, foi um dos principais representantes do movimento estoico, onde defendia uma vida simples e predestinada. De acordo com o pensador, a reflexão sobre a morte, seja por vias naturais ou através do suicídio, era conteúdo estritamente importante para a formação do homem ideal e sábio, o agente da sociedade o qual cumpriria com o seu dever. Para Sêneca o corpo é onde a alma reside, e assim como podemos nos mudar de residência no momento em que não estamos nos sentindo feliz, podemos, da mesma maneira, realizar tal mudança em relação ao corpo se este nos causa dor e sofrimento. Diante destes danos mundanos, das angústias sofridas e sentidas no âmago do ser, todo homem tem direito ao ato de tirar-lhe a própria vida, findando desta forma os irreversíveis tormentos