A Morte de Deus e Nietzsche
I) Conceitos:
a) Dasein: Significa “ser-aí”. O ser humano não constitui uma consciência separada do mundo. Ele é algo no mundo, que influencia e é influenciado, não apenas estando e sendo sujeito passivo. Heidegger, re-significou a palavra Dasein no sentido de existência e co-existência, e não de permanência ou passagem. Somos lançados ao mundo, e a ele estamos ligados, pois não podemos pensar em um ser sem relacioná-lo ao seu mundo, à sua realidade concreta
b) Existência autêntica: É aquela na qual o indivíduo se projeta no tempo, sempre em direção ao futuro, buscando sempre renovar suas possibilidades e assumindo a finitude do seu ser.
c) Existência inautêntica: É aquela na qual o indivíduo se sujeita a viver de acordo com verdades e normas dadas. Ele se degrada e o anonimato recai sobre ele, anulando qualquer originalidade. Trata a morte sempre em terceira pessoa, fugindo sempre da ideia da sua finitude.
d) Cuidado (cura): O cuidar é um fenômeno ontológico fundamental. O homem preocupa-se com o seu próprio existir e com o existir em geral. Isto porque o homem é um ser-no-mundo, que, enquanto presença, é um ser-com os outros, o que lhe permite a abertura para a convivência. Esse fenômeno do cuidado se dá em uma temporalidade finita.
II) O que é a morte de Deus para Nietzsche:
A “morte” de Deus é, para Nietzsche, a morte da ideia de um Deus supremo, do conceito de Deus criado pela Igreja para fundamentar seus valores transcendentes, capaz de explicar todas as coisas. Nietzsche defende a ideia de que o homem moderno utilizou a ciência como principal arma para acabar com a ideia de Deus.
Esta “morte” é essencialmente negativa. Embora os valores difundidos na sociedade sejam vistos por este filósofo como valores falsos, inválidos, e que seja necessários estabelecer novos valores, a eliminação total deles deixa o homem órfão e refém do niilismo, ficando, então, “desamparado” e sem saber a quais valores