O ALÉM DO HOMEM DE NIETZSCHE
O contexto em que viveu favoreceu a efervescência de uma filosofia no mínimo inovadora no sentido de pôr à prova toda uma tradição moderna que não teve um consenso quanto à Verdade e por isso, tendo se preocupado com sistemas e normas e abolindo a existência de uma metafísica nos moldes originais conseguiu, por sua linguagem metafórica e irônica, tecer uma crítica voraz à cultura ocidental por meio dessa mesma tradição.
Na da filosofia de Nietzsche, é relevante que se observe a visão que ele tem acerca do homem. Em várias de suas obras, mas, sobretudo em Assim falou Zaratustra, o filósofo cunhou o termo super-homem ou além do homem para designar um ser superior aos demais que, de acordo com ele, era o modelo ideal para elevar a humanidade, para fazer com que o homem superasse o homem, um estágio à frente do homem. O além do homem surge a partir da morte de Deus.
Em sua obra A gaia ciência, Nietzsche diz que “Deus morreu! Deus continua morto! E fomos nós que o matamos!” (NIETZSCHE, 1984, p. 145-146). Com isso, ele quis dizer que, aos poucos e por variados motivos, o homem moderno foi se afastando de Deus, até matá-Lo e, assim, Ele é excluído do pensamento, das ações e de tudo mais do mundo moderno, o que gerou o desaparecimento da tradição e dos valores que fundamentaram a vida e a sociedade e, assim, o homem perdeu sua referência, pois tudo o que sustentava a importância de Deus entra em crise. O filósofo entende que, desse modo, o sobrenatural também desapareceu e, com ele, o homem velho, porém, o novo homem ainda não surgiu.
A morte de Deus também será anunciada pelo pensador em outra obra sua, Assim falou Zaratustra: “[...] Zaratustra falou assim ao seu próprio coração: ‘Será possível? Esse velho santo, em sua floresta, ainda não soube que Deus está morto!” (NIETZSCHE, 1981, p. 29).
E é também nesta obra que