“Deus está morto”: o anúncio Nietzschiano como crítica à modernidade
Introdução
Percebe-se que estudar e trabalhar um determinado tema requer certo aprofundamento e empenho, principalmente quando este está vinculado ao conjunto de temas de Friedrich Wilhelm Nietzsche2. Filósofo muito estudado, visto que suas reflexões filosóficas, além de profundas, inquietam muito as estruturas humanas, em especial aquelas que se referem à tradição. Como tema proposto para este trabalho, foi escolhido a questão da morte de Deus. Questão esta muito discutida nos dias atuais, uma vez que, até então, Deus era visto como o fundamento e sentido de todas as coisas existentes. No entanto, uma vez que o tal questão é ampla e pode ser refletida em várias versões, buscar-se-á refletir tal assunto a partir do fragmento de uma de suas obras: a “Gaia ciência”. O objetivo é constatar e refletir o anúncio de Nietzsche da morte de Deus e apontar a grande causa deste, ou seja, a modernidade e suas novas perspectivas para o pensamento.
1. “Deus está morto”: pressupostos históricos causadores do anúncio Nietzschiano A expressão “Deus está morto” é uma famosa afirmação Nietzschiana que levou muitas pessoas a pensarem e refletirem tal questão. Entretanto, para que este anúncio pudesse acontecer era necessário que houvesse uma causa bem relevante que, de fato, motivasse Nietzsche a proclamar tal expressão. Sendo assim, para que haja um entendimento e uma compreensão do “por que” Nietzsche tomou a atitude de declarar Deus como morto, é necessário, então, descobrir a causa que gerou tal ousadia.
Nietzsche é pensador e filho de seu tempo. Durante o seu processo de investigação e reflexão filosófica da realidade como um todo, ele constata que com o surgimento de um novo contexto histórico, ou seja, o início e nascimento da modernidade, esta começa a manifestar e propagar certas características (modernas) que tendem a vir com um espírito de repulsa às questões ligadas à tradição.