(A morte de) david gale
O preso, David Gale, é um homem astuto, embora nos seja apresentado como um encarcerado barbado, com olhos profundos e o excêntrico desejo de, antes de morrer, contar sua história a uma jornalista. Com a certeza que esta não ignorará, como dita o estereótipo de “jornalista”, uma boa história temperada de um mistério e desejo de justiça. É ela quem sofre com o espectador ao finalmente descobrir a verdade. Gale fora condenado, como já citado, pelos crimes de assassinato e estupro. Sem provas a seu favor, espera sua vez no corredor da morte. Curiosamente, Gale e sua colega e amiga, Constance (a vítima do crime homicida supostamente cometido por Gale), também professora, eram ativistas contra a pena de morte. Um toque especialmente irônico, que é repetido várias vezes ao longo do filme. Todo filme, na verdade, é uma ironia cuidadosamente planejada. Só o fato do espaço físico ser o Texas é meia ironia contada. O fato da pena de morte ser tão severa e cheia de falhas no Texas, um estado dos Estados Unidos cujo nome significa “amigos”, é completamente irônico.
Estimulando o espectador, as entrevistas dos quatro dias finais