A MISS O DAS FOR AS ARMADAS PARA O S CULO XXI
“A MISSÃO DAS FORÇAS ARMADAS PARA O SÉCULO XXI”
V.Alte. (Refº) ARMANDO AMORIM FERREIRA VIDIGAL
(RMB V124 Nº 10/12 - OUT/DEZ 2004 – pág: 101)
A MISSÃO DAS FORÇAS ARMADAS PARA O SÉCULO XXI*
ARMANDO AMORIM FERREIRA VIDIGAL
Vice-Almirante (Refo)
SUMÁRIO
Introdução O Conflito Militar Clássico As Operações Militares de Não-Combate Conclusão
INTRODUÇÃO
A dissolução da União Soviética, em dezembro de 1991, e os atentados nos Estados Unidos, a 11 de setembro de 2001, representam pontos de inflexão no pensamento estratégico a nível mundial.
O fim da guerra fria encerrou um período em que o planejamento militar se apoiava em ameaças claramente definidas. A guerra subversiva, de inspiração externa, e a guerra global, nuclear ou convencional, envolvendo os dois blocos em que o mundo estava dividido, definiam e orientavam o desenvolvimento do poder militar dos países envolvidos, limitado para cada país em função de certas peculiaridades nacionais e da sua capacidade econômica. Em termos de planejamento, foi uma época de “certezas”: sabia-se quem era o inimigo, conhecia-se a sua capacidade militar com bastante aproximação, avaliava-se com certa precisão o grau de ameaça que ele representava.
Com o fim da guerra fria, paulatinamente a situação foi mudando, ficando as ameaças mais difusas, dificilmente podendo ser relacionadas com um espaço geográfico, com um dado Estado. As clássicas hipóteses de guerra perderam todo sentido. Foi a época da “crise existencial” de certos segmentos militares: a guerra parecia uma hipótese impossível, e o mundo caminhava para um estado de paz e cooperação que tornaria obsoletas as forças armadas.
A Estratégia de Segurança Nacional dos Estados Unidos da América, de novembro de 1991, um mês antes da desagregação do império soviético e pouco depois da Primeira Guerra do Golfo, é um reflexo acurado desse quadro político-estratégico.
A Estratégia definia que a maior ameaça