A menina do mar
Era uma vez uma casa branca nas dunas, onde morava um menino que passava os dias inteiros a brincar na praia. Ele adorava as rochas, as poças, as algas...
Um dia estava deitado numa rocha a apanhar sol, quando ouviu umas gargalhadas estranhas. Devagarinho espreitou e viu um grande polvo, um caranguejo, um peixe e uma menina muito pequenina, todos a rir. A menina saiu da água e começou a dançar. Quando acabou foram-se todos embora e entraram numa gruta. O rapaz não pode entrar pois não cabia. No dia seguinte foi para o mesmo sítio e lá estavam eles a fazer uma roda. Ele saltou e agarrou a menina, que pediu ajuda aos amigos e ficou muito aflita. O menino disse:
- Não grites, eu não te faço mal. Depois de ela se acalmar foram sentar-se numa rocha e ele pediu para ela contar quem era e como vivia. E ela contou, que era uma menina do mar, e falou dos seus amigos e dos lugares no fundo do mar. No fim ele levou-a para o mesmo sítio onde a tinha agarrado e onde os seus amigos a esperavam. Combinaram encontrar-se no dia seguinte, no mesmo sítio e ela pediu para ele lhe trazer qualquer coisa da terra.
No dia seguinte ele foi ter com ela e levou-lhe uma rosa encarnada e perfumada
É linda – disse ela. - Cheira-a – disse ele. - Que perfume maravilhoso, no fundo do mar não há perfume. E ficou um pouco triste.
Novo dia e lá foi o menino para o sitio do costume. Desta vez levou uma caixa de fósforos que deu á menina. Acendeu um e mostrou-lhe o fogo. Ela adorou – “é um sol pequenino” disse ela. E nessa tarde ele contou como era a sua casa, o seu jardim, as cidades, os campos e muitas coisas mais.
Ele queria levá-la e mostrar-lhe as coisas da terra, ela queria levá-lo e mostrar-lhe o fundo do mar, mas era impossível. No dia seguinte ele levou vinho.
Explicou donde vinha, e que tinha sabor, a menina bebeu e riu-se. Achou o vinho alegre. E ficou triste por não poder ir ver mais coisas da terra. Mas o menino teve a ideia de trazer um balde, encher com água e