A MENINA SEM PALAVRA
A história relata a vida de uma menina que não palavreava, esta falava uma língua inexistente na actual humanidade.
Mas, mesmo sem entenderem a sua linguagem, há pessoas que pensavam no facto da menina cantar, estas ficavam perdidas na sua entoação e era tão profunda que havia sempre quem chorasse.
Certa noite, o pai da menina, apertou as mãos da sua filha e implorou-lhe que falasse. Ao dizer isto começou a chorar, a sua filha, ao sentir aquela água salgada das lágrimas exclamou a palavra “mar!”
Ao ouvir tal palavra o pai fora logo anunciar toda a família de tal acontecimento.
Assim sendo, o pai levou a sua filha a um local onde só existia mar, talvez fosse aí que começara a sua inabilidade. Ao chegar, a menina sentou-se na areia e aí ficou. Infelizmente, o mar começara a subir e a menina não se retirava da areia por nada. Foi nesse momento que, o pai da menina teve a ideia de a salvar, contando-lhe uma história:
Certo dia uma menina pediu ao pai que apanhasse a lua para ela. Ao ouvir isto, o pai foi de barco até á linha do horizonte, chegando aí esticou-se ao máximo para conseguir apanhar a lua, que por muito espanto do pai era um astro leve, ao puxar deu-se um rebentamundo: a lua dividiu-se em mil microscópicas estrelinhações e o mar encrispou-se , engolindo o barco. Em terra, a menina tentava apanhar os pedaços lunares, mas qual não foi o seu espanto ao olhar para o horizonte e ver uma fenda funda, ou seja, a ferida da nascença da terra, onde derramava sangue.
E assim terminou a história, visto que o pai perdera a sua voz. Nesse momento, a menina avançou para dentro das ondas, seguida pelo seu pai. Ao apontar para o mar, pai e filha apercebem-se da existência de uma fenda profunda. Curiosa, a filha adentrou ainda mais pelo mar, de seguida, parou e passou a sua mão pelo mar e instantaneamente, a ferida líquida fechou e a lua se recompôs. A menina tinha acabado de terminara