A Medicina e Psicologia no Hospital
A medicina e a psicologia no Hospital
Hospital e médico - duas palavras que acabaramtornando-se quase que sinônimas, uma idéia remetendo aoutra. Ainda que se possa pensar o médico sem hospital,não se concebe o hospital sem o médico.
Muitas considerações poderíam ser tecidas sobreesse binômio. Por exemplo: com o avanço da tecnologia namedicina, o médico se vê cada vez mais forçado a lançarmão direta ou indiretamente dos recursos do hospital emtermos de equipamentos para exames e outras interven-ções médicas. Por outro lado, com o processo de desmon-te e decadência do sistema público de saúde em nosso país,torna-se cada vez mais difícil encontrarmos médicos emhospitais da rede pública.
Sem nos alongarmos nessas considerações que nãosâo objeto deste trabalho, gostaria de convidá-los a umabreve viagem ao passado da nessa história, onde creio quepoderemos encontrar subsídios para compreendermosmelhor a situação presente de domínio do médico em nos-sa sociedade e o corte que o psicólogo introduz com a suaentrada no locus deste domínio - o hospital.
l. Medicina e Organização do Estado
No início de nossa colonização, o padre José deAnchieta criava a Santa Casa, posteriormente entregue à
Irmandade da Misericórdia. Sua função era unicamentecaritativa. servindo como ante-sala da morte.
Até o séc. XIX, as Santas Casas apresentavam pés-simas condições, sem água corrente nem esgoto, e a ativi-dade médica era muito precária ou inexistente. A penetra-ção dos médicos neste espaço se dava com dificuldades eatritos com a Igreja - principal instrumento ideológico dopoder colonial - que detinha o monopólio da educação eda assistência médica no país.
A observação médica foi lentamente sistematizan-do-se e constituindo o saber da medicina clínica com aclassificação de doenças e sintomas, realizando uma or-denação do conhecimento, que foi dando ao médico umpoder sobre o mundo da doença.
Foram surgindo novas forças sociais, acarretandoa quebra do monopólio e o