A matriz de interpretação da deficiência
Mas mesmo tendo o domínio da teologia e dos meios de comunicação a igreja não obteve êxito em vencer com as superstições que a rodeavam, pois ao caça-los, reafirmavam-se suas existências.
E com isso surge a concepção que deficiência, pautada na superstição, ora era entendida como eleição divina, ora como danação de Deus ou possessão demoníaca. Por este motivo, na inquisição, vários deficientes que eram identificados como uma encarnação do mal foram torturados e mortos. Por medo de serem pegos eles param a ser acolhidos em conventos e igrejas vivendo em troca de pequenos serviços à instituição.
Mas somente no século XII que foram criadas as primeiras instituições que cuidavam de deficientes. Essa mudança de pensamento aconteceu por causa do novo testamento que trazia outro ponto de vista para a deficiência contrapondo a visão do antigo testamento que apontava a deficiência como castigo divino. A nova concepção dizia que essas pessoas teriam possibilidade de serem manifestações das obras de Deus, eles seriam “instrumentos de Deus para alertar os homens, para agraciar as pessoas com a possibilidade de fazerem caridade”, para essas pessoas era necessário conferir caridade e abrigo.
Mas ainda estavam longe da igualdade na questão moral. A pessoa deveria ser cuidada, mas sua relação era marcada pela segregação onde muitas vezes passavam por exposições publicas. Com a consolidação do chamando “fenômeno metafisico”