Campus Jaguarão Teoria da Literatura II Professor: Roberto Carlos Acadêmica: Joice Corrêa de Corrêa Simões A Majestade do Xingu: caminhos entrelaçados, destinos diferentes Este trabalho tem por finalidade fazer uma breve análise da obra “A Majestade do Xingu” de Moacyr Scliar pelo viés da semiótica, que pode ser definida como teoria geral dos signos e do sistema de signos. Segundo Terry Eagleton (2006, p.145), Saussure define signo como algo formado por um “significante” (um som-imagem ou seu equivalente gráfico) e um “significado” (o conceito ou significado). Para Charles Sanders Peirce, um signo é “aquilo que sob determinado aspecto representa algo para alguém. Vai ao encontro de alguém, criando na mente desta pessoa um outro signo. O signo é uma representação de seu objeto”. Terry Eagleton (2006,p.151-152) enumera que, para Peirce um signo pode ser: icônico (quando se assemelha aquilo que representa, fotografias por exemplo), indéxico (quando está de alguma forma associado àquilo de que é indicação,como exemplo fumaça com fogo) ou simbólico (está apenas arbitrária ou convencionalmente ligado ao seu referente). Seguiremos a linha conceitual de semiótica de Peirce para analisar “A Majestade do Xingu”. Começaremos com o momento em que o personagem-narrador diz (p. 46) “os dias passaram, o frio do Atlântico Norte foi ficando para trás, a temperatura tornava-se cada vez mais amena, o céu cada vez mais estrelado”. No contexto deste enunciado o personagem-narrador e sua família estavam deixando para trás a vida sofrida que viviam na Rússia. O céu estrelado, a temperatura cada vez mais amena e o frio ficando para trás são os índices da mudança que estava por vir na vida dos personagens, e as esperanças que estavam sendo renovadas naquele momento. No momento em que o personagem–narrador chega ao porto, e é passado do navio para um cesto (página 49), o cesto emperra e é necessário que ele pule no mar. O personagem-narrador diz que só pulou porque