Amazonia
No final do século XVI, europeus de origem holandesa, inglesa e francesa navegaram pelos rios da Amazônia, tentando fixar núcleos de povoamento e colonização. Em 1559, os holandeses estabeleceram fortificações no encontro das águas do Xingu com o Amazonas. Os fortes de Orange e Nassau serviam de base para o contato e comércio com indígenas, bem como para que se desse início de plantio de cana-de-açúcar e tabaco. Em 1610, o inglês Thomas Roe fundou núcleos de colonização próximos à foz do Amazonas. Por volta de 1620, já se encontravam núcleos holandeses na ilha de Porcos, ingleses entre os rios Jari e Paru, holandeses nos rios Gurupá e Xingu e franceses no Maranhão. Tal situação motivou a intervenção dos portugueses que, entre 1612-1615, lutaram contra a presença francesa no Maranhão.
Vitorioso sobre os franceses, Francisco Caldeira Castelo de Branco (em 1619) fundou, na baía de Guajará, em 12 de janeiro de 1616, o forte do Presépio, a partir do qual surgiu a cidade de Sant Maria de Belém do Grão-Pará. Portugal, então sob o domínio da União Ibérica (1580-1640), atuou decisivamente na expulsão dos demais europeus do vale do Amazonas, cabendo especial destaque a atuação de Pedro Teixeira, que consolidou a presença portuguesa na região.
A partir de uma busca tão áspera, mas com obstinada fixação na idéia de grandes tesouros, as metrópoles ibéricas, agora unidas sob a dominação da Espanha, iniciam um grande esforço para manter a integridade de suas posses territoriais. As ameaças estrangeiras constituíram-se em importante motivo para que se ampliassem os esforços colonizadores. No entanto, a Espanha estava por demais envolvida com as colônias andinas, platinas e mexicanas. Caberia ao Estado Português a tarefa de resguardar, em benefício da União Ibérica, o vale do Amazonas. Pelo Tratado de Tordesilhas quase todo o conjunto da atual região norte do Brasil ficava sob o domínio espanhol. No