A língua e o Ensino Escolar
Este texto tem como objetivo promover uma discussão sobre o tema linguagem, sociedade, cultura e ensino analisando e dialogando com textos de Irandé Antunes e João Wanderley Geraldi. O primeiro texto intitulado A Língua e a Identidade Cultural de um Povo de Irandé Antunes (2009) apresenta, os efeitos da interferência conjunta entre (quatro realidades, consideradas indissociáveis) língua e cultura, povo e identidade, nas concepções e atividades pedagógicas do ensino da língua materna. Conforme Irandé Antunes (2009), havia uma perspectiva de estudo do fenômeno linguístico, cujo objeto de exploração era a língua, desvinculada de suas condições de uso. Entretanto, a integração da linguística com outras ciências provocou, lentamente, o surgimento de novas concepções, que compreende o fenômeno linguístico, como um dos fazeres humano, aproximando dessa forma, os estudos da língua para a consideração das intenções sócio-comunicativas que põem os interlocutores em interação. De acordo com Antunes (2009), a língua está em constantes mudanças. Qualquer língua manifesta-se num conjunto de diferentes falares que atendem as exigências dos diversos contextos de uso dessa língua. Diante disso, ela vai criticar o pensar numa língua uniforme e a instauração do movimento dialético da língua, provocado pelo professor de língua. O não querer reconhecer essa movimentação que ocorre naturalmente nas línguas é ignorar a natureza mesma de sua forma de existir, de acordo com a história e a cultura estabelecida. A autora diz que a escola pode assumir a responsabilidade de esclarecer aos alunos à necessidade de uniformização e o respeito às diferenças, orientando os mesmos, a perceber a existência das línguas como algo pronto e, ao mesmo tempo fazendo-se. O segundo texto, Língua e Cidadania: Repercussões para o Ensino, de Irandé Antunes, busca explorar, sobretudo, o entrosamento entre língua e cidadania, e apresenta elementos