A LINGUAGEM E OS INSTRUMENTOS SOCIAIS QUE A CONSTRUÍRAM
1. Introdução
Antes mesmo de termos qualquer capacidade de discernir os conceitos que nos rodeiam, somos expostos a diversos tipos de comunicação. O homem, como um ser em sociedade, está constantemente tendo seu comportamento moldado por esta, desde diferenças sutis na oralidade até conceitos culturais atribuídos às próprias palavras.
Ao analisar a linguagem como parte da condição humana é necessário que ela seja respaldada por um embasamento teórico que lhe atribua significação, sem dissociá-la do pensamento individual, e esteja, ao mesmo tempo, em sintonia com a realidade.
Nesse estudo, abordaremos desde a origem do processo comunicacional humano, até teorias mais recentes sobre o processo de aprendizado, como o conceito de “palavramundo”, proposto por Paulo Freire.
Tentaremos, a partir das teorias inseridas nas grandes áreas da Psicologia, da Sociologia e da Linguística, propostas por seus respectivos expoentes, ilustrar a dinâmica da linguagem, presa à própria condição humana de existência, que dá plasticidade às palavras.
2. Introdução aos signos
Os signos permitem que a realidade efetivamente exista, uma vez que só percebemos o mundo quando nomeamos aquilo que o compõe. A língua não é apenas uma nomenclatura que se aplica a uma realidade preexistente à significação e que pode ser compreendida independentemente dos signos criados para nomeá-la. A língua, na verdade, é uma forma de categorizar, criando conceitos por meio de palavras; e, a partir de experiências culturais diversas, organizar e interpretar o mundo.
Pelos sinônimos, pelas paráfrases, pelas definições e, no caso de línguas diferentes, pela tradução, um signo é sempre interpretado por outro signo, ou seja, o valor de um é dado pelo outro. Por exemplo, os sinônimos “coragem”, “intrepidez” e “valentia” só tem valor próximo pela oposição. Analogamente, um signo é, então, o que os outros não são.