“A invenção do tocantins”

O texto “A invenção do Tocantins” de Candice Vidal e Souza, enfoca a construção de identidades regionais nos discursos políticos que legitimou a criação do estado do Tocantins e da capital, Palmas. Neste momento novos temas como: delimitação da localização geográfica e a criação de uma identidade a partir de várias identidades vieram para legitimar o Tocantins e sua nova capital.
A criação do Tocantins e sua capital fez desencadear um processo de transformações socioeconômicas, evidenciando que aquele lugar deixava de ser “região norte do Goiás”, para tornar-se um Estado de fato. A criação do Estado gerou uma euforia desenvolvimentista diante da abertura de novas fronteiras e a construção total de uma capital. Vale ressaltar que o convencimento para a criação se deu pela efetiva atuação dos Grupos políticos nortenses, que levou o debate de maneira convincente em escala local, estadual e nacional criando assim uma identidade histórica do Tocantins.
Com a promulgação da constituição de 1988 e criação do estado, torna-se governador J. W. Siqueira Campos, deputado constituinte de destaque nas articulações para criação do Tocantins. As articulações políticas nesse momento se centralizaram na escolha da nova capital do Estado.
O território tocantinense teve seu povoamento inicialmente ao longo do rio Tocantins e em seguida na Belém-Brasília, com a construção de cidades no entorno da rodovia, essas cidades passaram a serem as principais do estado. Com a evidência da disparidade entre essas duas regiões, a construção da cidade de Palmas foi iniciada e alicerçada num discurso de desenvolvimento da margem direita do Rio Tocantins.
Nos dois primeiros anos do Governador J W S Campos, seu grupo político, emerge vitorioso tendo o privilegio de comandar a administração política e financeira do estado. A população trabalhadora e empresarial de Palmas partilhava das posições destes, a fim de participarem da estrutura do poder e se beneficiar com a criação do Tocantins.