Resumo o cortiço
O Cortiço, de Aluísio Azevedo, escrito em 1890, trata-se de uma obra literária predominantemente descritiva, com um narrador onisciente apessoal, portanto, contada em terceira pessoa. Desenvolve-se no estado do Rio de Janeiro, mais precisamente num cortiço localizado no bairro do Botafogo, cortiço este, criado por João Romão, que se apresenta como o protagonista da trama. Durante doze anos de sua vida, João Romão foi o empregado de um rico e português vendeiro, e começou a enriquecer ali mesmo a partir de suas economias, “e tanto economizou do pouco que ganhara nessa dúzia de anos, que, ao retirar-se o patrão para a terra, lhe deixou, em pagamento de ordenados vencidos, nem só a venda com o que estava dentro como ainda um conto e quinhentos em dinheiro.” Desde então o desejo de enriquecer a cada dia mais tomava João Romão, que, segundo Luiz Antonio Ferreira, carrega características da tendência naturalista; o vendeiro é vítima da ambição, do ter, seduzido pelo dinheiro. Com isso o autor se vale da fala do narrador para criticar a sociedade de sua época “apoderando-se, com os olhos, de tudo aquilo que ele não apoderar-se logo com as unhas”; João Romão já não mais se preocupava sequer com seu bem estar, tanto que dormia em cima do balcão da venda, fazendo de travesseiro um saco de estopa com palha, e para comer gastava pouco, comprando o essencial na quitanda de Bertoleza.
Negra e escrava de aproximadamente trinta anos, Bertoleza pertencia a um português cego que morava em Juiz de Fora, não tinha problemas em trabalhar duro e sua quitanda era a mais frequentada do bairro. Assim, a moça trabalhava dia e noite para pagar um alto aluguel em sua quitanda e ainda reunir a quantia necessária para comprar sua carta de alforria. Os dois iniciaram uma amizade maior quando Bertoleza perdeu “seu homem”, um português que fazia fretes pela cidade, mas certo dia, por ter carregado peso maior do que suportara, caiu morto na rua. João Romão mostrou-se como grande