A INTERPRETA O DE UM TEXTO
Depois que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9394/96) entrou em vigor no Brasil, em 1997, muita coisa no ensino de Língua Portuguesa foi modificada, levando-se em consideração agora o amplo trabalho dos lingüistas nas universidades.
Antes o ensino de L.P. era basicamente em cima das gramáticas normativas: cheias de regras preconceituosas, impossíveis e, na maioria dos casos, decorativas. Quem não se lembra de ir para a escola carregando aquele calhamaço, aquele catatau de páginas e mais páginas explicando os inúmeros casos de como se usa a crase, entre tantas outras explicações esdrúxulas?
Hoje, o ensino de L.P. é basicamente interpretativo e contextualizado. Educa-se em língua materna para o entendimento no contexto em que se realiza a comunicação; educa-se para a completude do sujeito; educa-se para a essência do conteúdo, além dos diversos níveis de linguagens e gêneros existentes em uma mesma sociedade.
Mesmo assim, quando se fala em interpretação de textos muitos estudantes não têm certeza ou segurança de seguir em frente. A interpretação é algo individual ou há um sentido comum a todas as pessoas? O que a universidade quer é o mesmo que o autor diz? E as pegadinhas? São muitas as dúvidas que pairam sobre a cabeça dos alunos.
Virou lenda os casos de Jorge Amado e Mário Prata não acertarem as questões de vestibular que caíram sobre suas próprias obras literárias. Ninguém atesta a veracidade desse fato, mas é comum ouvir isso nos corredores dos pré-vestibulares e colégios.
O que se pode minimizar sobre o assunto, neste espaço contido, é que, em relação à interpretação de textos, não se pode cair em três erros básicos: a extrapolação, a redução e a contradição, senão se terá desviado do que pede o enunciado.
A extrapolação é o erro mais comum nas interpretações. Trata-se do aluno que “viaja na maionese”, ou seja, vai para além dos limites do texto, para o que não disse o autor. Não é a soma do que está nas