A instrução pública no Estado Novo
Houve uma reapropriação e uso social e político da memória coletiva pelo governo de Getúlio Vargas (1937-1945), e aqui eu analiso essa reapropriação e uso social e político da memória coletiva a partir das comemorações cívicas.
O Estado Novo foi um momento da história do Brasil onde houve investimentos através de políticas culturais na “recuperação do passado” nacional.
O grande desafio da década de trinta foi estudar e conhecer o Brasil. Cada recanto de norte a sul, deveria voltar ao passado e identificar suas glórias, seus heróis. O resultado dessa investigação deveria contribuir com o reconhecimento da história nacional. (FERREIRA, 1990, apud XAVIER, 2011).
Vale ressaltar que na busca pelo sentido do passado são reivindicados interesses diversos: forjar uma nova identidade individual ou coletiva, desenvolver sentimentos de pertencimento, unidade e coesão social, dentre outros. Novas identidades nacionais estavam sendo forjadas. Tendo o passado como um “manancial de inspiração”, trazendo à luz seus heróis, suas glórias o passado serviria como pedagogia para as gerações do presente, servindo de exemplo a ser seguido na construção de uma “sociedade nova” e “homem novo”.
Um forjar identitário nacional a partir de elementos simbólicos que foram retomados e reapropriados, como a imagem dos heróis nacionais como Tiradentes, Duque de Caxias, os combatentes que regressavam da Segunda Guerra Mundial e a própria imagem de Vargas. Assim percebemos a tentativa da construção de uma História oficial e de uma memória oficial, na qual Vargas fez uso de elementos e signos concretos e imaginários para legitimação de seu projeto Estatal.
Um incessante esforço de criar e legitimar um novo sistema, uma nova sociedade e um novo HOMEM/CIDADÃO para o novo Estado.
Comemoração: as utilizações sociais da memória
Comemorar: reviver de forma coletiva a memória