A INSERÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NA EDUCAÇÃO PÚBLICA: UMA REALIDADE POSSÍVEL?
Se olharmos o campo educacional como sendo sistematizado, seletivo na ótica social e orientador pelo qual nos ajustamos à vida, a fim de atender as necessidades, ideais e propósitos dominantes, como uma adaptação à vida social, podemos percebê-lo como um campo de disputa hegemônica, onde a classe dominante faz da função social da educação uma forma de controlar e responder as demandas do capital, preparando os diferentes grupos sociais e habilitando-os tecnicamente, social e ideologicamente para o trabalho (FRIGOTTO, 2003).
Instituições como Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI, e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC, por exemplo. Adotam esse modelo educacional já que foram criados pela classe dominante. Tais instituições assumem diretamente a responsabilidade pela formação de uma parcela da classe trabalhadora, classe esta que, após ser qualificada profissionalmente e inserida no mercado de trabalho contribui, através de impostos, para formação de outros trabalhadores produzindo assim uma mão de obra excedente e diminuindo os níveis salariais. (FRIGOTTO, 2003).
Esse preparo é uma das formas de reprodução da força de trabalho em detrimento da educação para a cidadania (Ibid.).
Segundo Gryzybowsky, apud Frigotto, (Ibid.), educação para a classe trabalhadora é antes de qualquer coisa, desenvolvimento de potencialidades e apropriação do saber “social” buscando nela conhecimentos e habilidades que permitem uma melhor compreensão da realidade. Os trabalhadores, portanto, vêem a educação como um preparo para o mercado de trabalho, não percebendo a reprodução da exploração e subordinação e o processo de alienação.
O papel social da educação, a relação entre o processo de produção e os processos educativos ou de formação humana, são marcados por ideais conflitantes e opostos (Ibid.).
1.1- A ERA VARGAS: A suposta revolução educacional
O período da história brasileira,