A influência que portugal exercia sobre angola durante a colonização
O pensamento dos colonialistas na Angola foi um dos mais redutores. Ao mesmo tempo que na esfera econó mica procurava-se reduzir o homem africano ao simples papel de produtor de mercadorias, de que o colonialismo tinha necessidade, na esfera social, ele reduzia o africano ao simples papel de sujeito, no sentido de submetido. Na esfera cultural, a ambição do colonialismo, várias vezes repetida, era a de reduzir o africano ao simples papel de portador de valores europeus.
Sob a influência do colonialismo português, desenvolveu-se uma tendência, mesmo entre os intelectuais de origem angolana, a negar a possibilidade e a realidade expressiva das culturas negro-africanas, cada vez que estas não se regulassem pelos valores culturais europeus.
A resistência cultural vai partir dos beneficiários destas ilhas de tolerância. Desde a segunda metade do século XIX, jornalistas, no início (Paixão Franco e Pereira do Nascimento, sobretudo) e escritores, em seguida, tomam a decisão de exprimir o seu apego aos valores sócio-culturais africanos, ao mesmo tempo que denunciam o carácter obscurantista da política de assimilação praticada pelos portugueses.
Logo depois jovens intelectuais angolanos lançam a palavra de ordem: “Vamos descobrir Angola”, e então o impulso foi criado para passagem da resistência cultural não armada à resistência cultural armada. Com efeito, é esta geração de jovens escritores que nos finais dos anos 1950, constando o impasse a que conduz a resistência não armada, não se contenta já a partir “à descoberta de Angola”. Como as portas estavam sistematicamente fechadas pelo colonizador português, estes jovens decidem abrir uma brecha pela força.
O esforço feito pela classe intelectual angolana, no sentido da afirmação do fato cultural africano encontrou dois obstáculos: a falta de instrumentos e a falta de um quadro autónomo de e para a sua expressão. É que a colonização portuguesa impunha