A inexistência de crioulo no Brasil
A indefinição na classificação das línguas está na diversidade de expressão. A linguagem dos crioulos é descrita como uma linguagem intermediária derivado de uma ruptura da língua mãe e por elementos nativos. Desta forma se apresenta o questionamento da submissão dos crioulos aos colonizadores, motivação para a realização dos estudos linguísticos na ilha de São Tomé e assim estabelecer uma comparativa tentando entender o porquê da negativa do crioulo no Brasil.
Na ilha de São Tomé, colonizada por portugueses, que no primeiro momento desenvolveu- se dois crioulos: lungwa santomé ou forro e lungangola ou angolar, com o final da escravatura e a necessidade de suprir a falta de mão de obra, fez-se necessário à contratação de outros povos, ainda com a ocorrência das guerras e um frequente êxodo na população na população ocasionou-se relacionar o “roceiro” e a designar de tongas os filhos de serviçais imigrantes. Nas fazendas a relação bem distinta entre donos, mestres e contramestres e os trabalhadores das senzalas que sofriam constantemente de maus tratos durante a jornada diária no campo.
Os tongas utilizavam e ainda utilizam duas linguagens, uma originada dos portugueses e outra dos povos bantos, esta utilizada nos campos de plantação. Os tongas falam o português que em São Tomé tem como característica fonética: a palatalização de /d/ e/ t/ diante de vogais anteriores. Passagem de ão a /õ/, exemplo (mão>/ mõ/ (mom); tendência a alongar as vogais tônicas e atribuir-lhes um tom alto:
* alternância não previsível (v/b);
* redução de /ë/ e/ ñ/ ao único elemento palatal: foya (folha), muyeri (mulher).
* passagem de /l/ a /r/
* aférese: xpitali (hospital)
* metátese: pramatória (palmatória), progunta (pergunta);
* síncope: farse (falece), prigoso (perigoso);
* apócope: el (ele), nteres (interessa);
* presença de um /i/