A importância das Linguas africanas
Regressávamos para a capital numa viagem tranquila deleitando-se com as maravilhas naturais que o nosso pais proporciona, enquanto passávamos pela Canjala (localidade da Provincia de Benguela), fomos interpelados por meninos a beira da estrada -Walale, Walale(significa bom dia na lingua nacional umbundu), estabeleceu-se um diálogo como se nos conhecesemos há muito tempo, falavam sobre os seus sonhos de se mudarem para a capital onde há mais oportunidades de vida (...)Isto remeteu os meus pensamentos para um problema relevante e que constitui uma preocupação séria do ensino primário e que é hoje, uma das principais razões para a introdução das chamadas “linguas nacionais”, quer como línguas de comunicação, quer como matéria de ensino, nos novos currriculos de aprendizagem. Uma vez um perito da área de psicologia social relatava o seguinte: “uma personalidade ao ir visitar um lar de transicção na Provincia de Benguela, onde a língua nacional característica da região é o umbundu adoptou uma menina de 2 anos que se lhe atirou aos braços. Canjala deve seu nome á terra onde nasceu e onde, por causa da guerra, ficou orfã. Na sua nova família, Canjala foi sempre tratada com todo o carinho mas, durante algum tempo, a mãe adoptiva não entendia a filha nem a filha entendia a mãe. A familia que a adoptou não falava umbundu e Canjala não falava português. Foram longos meses de incompreensão.
Chegou a altura de enfrentar a escola e Canjala foi matriculada na classe de iniciação, onde iria aperfeiçoar a língua portuguesa em conjunto com outras crianças. Logo se verificou que as suas capacidades de aprendizagem não eram iguais às dos outros alunos. Inconscientemente, Canjala temia o confronto com os companheiros. Tornou-se agressiva e a escola começou a tornar-se num tormento. Foi necessário repetir a classe de iniciação. Já na 1ª classe, as dificuldades continuavam e foi condenada, mais uma vez, a