A Imagem da Cidade
John Kennedy Luz
Em “A Imagem da Cidade”, Kevin Lynch expõe o resultado de longos anos de pesquisa e análise acerca da carga semiótica comportada pelo ambiente urbano, isto é o significado transmitido aos indivíduos.
Lynch salienta a importância da imagem que as pessoas fazem individualmente da cidade onde vivem, uma vez que cada cidadão desenvolve relações diferentes com vários elementos da cidade, e a imagem de cada um deles carrega lembranças e significados distintos para cada usuário. De acordo com Lynch, essa imagem pode ser decodificada em três componentes: Identidade, que é a capacidade que determinado objeto tem de se fazer único, isto é, de se diferenciar dos demais elementos do meio no qual se insere; em seguida têm-se o conceito de Estrutura, que define as relações espaciais do objeto com o observador; o terceiro componente seria o que Lynch chama de Significado, que seria a transcrição daquilo que o objeto representa para o observador, a nível prático ou emocional. Entretanto, tendo em vista essa pluralidade de significados absorvidos pelas pessoas individualmente, é possível afirmar que, o planejador urbano deverá se utilizar das “imagens públicas”, isto é, imagens consensuais a um número significativo de observadores, em parceria com outro conceito, que Lynch chamou de Imaginabilidade, que é a característica que um objeto possui de evocar uma imagem forte em qualquer observador.
Assim posto, Lynch relata que a imagem da cidade divide-se em entidades as quais chamou “elementos imaginísticos”, que são: as vias, que funcionam como canais de circulação dos usuários; os marcos, elementos externos, geralmente de peso significativo para o ambiente; os limites que nada mais são do que elementos lineares não utilizados, e que atuam como áreas de fronteira; os pontos nodais, que são pontos estratégicos dentro do ambiente urbano para os quais, ou a partir dos quais, o usuário se locomove; e os bairros, regiões médias e