A Ilusão de servir
O primeiro sub-capítulo intitulado “Capitalismo Industrial e Polarização Social” trata das relações sociais que identificam o surgimento do capitalismo. O texto se mostra interessante a partir do momento que prende o leitor pela chamada de que toda palavra tem uma origem na história, e assim começa a tratar o capitalismo, mostrando de forma pragmática que o seu significado se diverge entre os mais diversos autores. Contudo, Martinelli elabora seu estudo utilizando três grandes vertentes que devem ser examinadas para se obter uma compreensão efetiva do capitalismo como categoria histórica.
Segundo a autora, a primeira proposta teórica a ser analisada é do economista alemão Werner Sombart (1863-1941), que de forma idealista trata a origem do capitalismo como uma tendência do desenvolvimento natural do ser humano, em suas busca pela adaptação da evolução do ser humano social. Esta teoria de Sombart pode ser resumida em sua declaração na sua obra Der Moderne Kapitalismus, 1928, era que “em épocas diferentes têm reinado sempre atitudes econômicas diferentes, e que é esse espírito que tem criado a forma que lhe corresponde e com isso uma organização econômica”. Esta tese não obteve sustentação uma vez que não havia base histórica, visto que, dava ao protestantismo a origem do espírito capitalista. Para os teóricos da época que derrubaram esta tese, não poderia sustentar-se, pois o capitalismo está diretamente ligado ao uso aquisitivo do dinheiro, pois os processos de aquisição de capital antecedem em muito a Reforma