A ilusão das relações raciais (Roberto da Matta)

RESUMO
DaMATTA, ROBERTO. A ilusão das relações raciais. In: O que faz o Brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1994.

O texto de Roberto Da Mata, parte da interpretação de uma frase de Antonil no século XVIII, onde ao escrever que “O Brasil é um inferno para os negros, um purgatório para os brancos, e um paraíso para os mulatos” seus interpretes, abordam essa questão de maneira errônea, entendendo que partiria de uma questão “biológica e racial”, sendo que, na verdade era uma observação que diz respeito às relações sociais.
Embora as ideologias racistas de outras culturas colocassem os negros, índios e amarelos em uma posição de inferioridade gigantesca em relação ao branco, o maior problema é que: acreditavam que ao entrar em contado com indivíduos de outras “raças” tenderiam a perder suas melhores qualidades e assim, os levariam a extinção. Ideologia racista essa que estava impregnada na sociedade Brasileira, onde o mulato era um intermediário entre a “raça” branca e negra, e que seria o “mulato” responsável pela degeneração dessas duas “raças”. Gobineau um dos representantes dessa ideologia no Brasil, afirmava que “é possível dividir as ‘raças’ de acordo com três critérios fundamentais: o intelecto, as propensões animais e as manifestações morais”.
No entanto, não negava as qualidades das “raças” distintas, e não estava preocupado com a diferenciação delas, o assunto que lhe inquietava era o de contato intimo entre tais indivíduos que pertenciam a “raças” diferentes, pois ao passo que isso acontecesse a população brasileira iria se degenerar e partindo desse pressuposto, ao entrar em contado com indivíduos diferentes a sociedade perderia as qualidades naturais de sua “raça”. Desse modo, a miscigenação seria então um fator negativo para a população brasileira, outros como Buckle, Couty e Agassiz grandes teóricos do racismo Brasileiro, também partilharam dos mesmos ideais.
Antonil, pelo contrário, ao escrever tal frase estava se referindo à questão de