Livro De Roberto Da Matta
Resumo do capítulo 3 : A ilusão das relações raciais
O texto de Roberto da Matta começa questionando a seguinte frase de Antonil: “O Brasil é um inferno para os negros, um purgatório para os brancos e um paraíso para os mulatos.”, elaborada em pleno século XVIII, numa sociedade de senhores e escravos.
Nessa época, existiam muitas doutrinas que tentavam explicar a superioridade dos brancos e a inferioridade dos negros. Um desses idealistas foi o Gobineau, cônsul da França e amigo de D. Pedro II. Para ele, as raças eram divididas de acordo com o intelecto, as propensões animais e as manifestações morais de cada um. Dessa maneira, os negros nunca conseguiam escapar, e se situavam sempre e em tudo abaixo dos brancos e amarelos.
Gobineau defendia uma sociedade hierarquizada, onde negros e brancos não poderiam ter um contato social e muito menos sexual. Caso ocorresse a miscigenação o conceito de sociedade iria acabar. Desse jeito, por consequência do Brasil ter grande quantidade de mulatos (fruto de um branco com um negro), e por brancos e negros se relacionarem e terem aceitação social, nossa população era vista pelos idealistas como um povo potencialmente degenerado de híbridos incapazes de criarem alguma coisa forte ou positiva. O meio-termo para eles, não existia.
Voltando a análise da frase de Antonil, percebemos que o próprio ao se referir as raças do Brasil, não fala do branco, negro e mulato numa equação biológica. Muito pelo contrário, denomina-os purgatório, inferno e paraíso. Diferentemente do que aconteceu nos Estados Unidos onde a classificação se limitava em brancos e negros por consequência de sua colonização e de todo seu processo histórico, o Brasil representa uma mistura de cores e raças que diante de um passado hierarquizado e discriminatório, parece que os contingentes humanos se encontraram numa espécie de carnaval social e biológico, e não foi.
Vou fazer um resumo de um