Exótico e familiar

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1 O que Roberto Da Matta quis dizer com a seguinte frase: “De tal modo que vestir a capa de etnólogo é aprender a realizar uma dupla tarefa que pode ser grosseiramente contida nas seguintes fórmulas: a) transformar o exótico no familiar e/ou b) transformar o familiar em exótico”.
Todas as sociedades possuem seus dogmas, preceitos e convenções, particularidades que todos os indivíduos pertencentes ao grupo são habituados a seguir, ou seja, as ações praticadas culturalmente caracterizam o grupo, exercendo desta forma, uma distinção, um senso de especificidade coletiva. Cada indivíduo defende sua cultura como se fosse a melhor, mais eficaz e completa. Historicamente, seguindo esta perspectiva, os encontros culturais entre sociedades distintas foram marcados pelo choque de valores, ideologias e questões éticas, tornando deste modo, um feito delicado e desafiador.
Os encontros culturais ocorrem de inúmeras formas, dentre as quais é válido citar três, o ato cotidiano de conhecer novas pessoas; o descobrimento de novos lugares, como ocorreu no século XV pelos europeus; ou na forma de estudo, onde o pesquisador depara-se como aspectos culturais diferentes do seu. O último exemplo é típico das pesquisas antropológicas – no movimento original da antropologia –, tais investigações são necessárias ao conhecimento de novas civilizações e a busca de novas identidades culturais – no momento clássico da antropologia.
Existem 3 etapas no processo antropológico de investigação. Roberto da Matta as classifica como: Intelectual-teórico – momento da exacerbação de conhecimento acadêmico (teórico); O período prático – estágio das preocupações materiais, ou precauções da antevéspera de pesquisa; e por fim a última fase, ou pessoal/existencial, segundo Roberto da Matta “A fase final, a terceira, é a que chamo de pessoal ou existencial. Aqui, não temos mais divisões nítidas entre as etapas da nossa formação científica ou acadêmica, mas por uma série de prolongamento de tudo isso, uma

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