A IGREJA CATOLICA E A CONVERSÃO DOS INDIO AO CRISTIANISMO
Diferentemente das outras formas de missões, a redução constituía um espaço de caráter sedentário, que buscava a conversão dos índios ao cristianismo por meio do ensino da doutrina católica e da prática dos bons costumes.
Configurando-se em uma forma de poder possível dentro do sistema colonial, a redução buscou o controle sobre a vida do indígena em sua totalidade: o trabalho manual, a organização familiar, a educação, a política, o lazer, a defesa militar e a religião.
Na concepção de Bartolomeu Melià (1993), a redução não foi somente um instrumento de controle, mas também constituiu uma mediação civilizatória que deu acesso ao indígena a uma série de recursos materiais. Ocorriam eleições para alcalde, quatro regidores e um procurador que formariam o cabildo. Com esse recurso estabelecia-se uma integração da antiga realidade política indígena, o poder exercido pelo cacique, com a nova realidade política estabelecida pelos jesuítas, o cabildo. Aos eleitos eram distribuídas varas que passavam a distingui-los socialmente dos demais, o que levava a uma mudança de significação política do cacique e gradual aparecimento de uma nova elite administrativa.
A autoridade que o cacique possuía era baseada na sua capacidade de eloqüência e de saber ouvir o conselho dos anciãos. Nos períodos de paz, usava essa autoridade para resolver contendas internas e, em momentos de guerra, liderar o grupo tribal. Com os jesuítas, introduziu-se uma mudança significativa na antiga organização tribal, o que constituiu-se na reunião de vários caciques em uma mesma redução.
Além do conhecimento e implicações do uso da língua entre os guarani, os jesuítas conheciam muito bem o que significava para os índios as doações e que para os padres eram ninharias. As entradas entre os nativos davam-se com todo um aparato de regalos composto por roupas, facões, tesouras, agulhas, anzóis, etc. que exerciam um forte poder de atração