A ideologia e o perfil do individuo de pele preta em livros didáticos de língua portuguesa

A Ideologia e o Perfil do Individuo de Pele Preta em Livros Didáticos de Língua Portuguesa Raíssa Santos

O ambiente escolar, uma das instâncias sociais formadoras de ideologia está repleto de uma cruel realidade em que as diferenças étnico-culturais não são respeitadas, difundindo preconceitos e práticas racistas por todo o país. Segundo CHAUÍ (1998) os homens produzem idéias ou representações pelas quais procuram explicar sua sociabilidade, essas idéias tendem a esconder dos homens a realidade sobre como as relações sociais foram produzidas e a origem das formas sociais de dominação política e exploração econômica, tal ocultamento denomina-se ideologia.

A idéia de “Democracia racial” construída pelas elites no início do século XX ainda se mantém, e, dificulta as ações de luta contra o racismo no Brasil, nesse caso, racismo é o ato criminoso de discriminar, diferenciar, separar o individuo de cor preta baseando-se em uma superioridade não-preta. O impacto desse mito lembrando FERNANDES (1965), muitas vezes é tão forte e eficaz no controle da população preta que faz com que muitos afros descendentes acabem por incorporar a idéia de que realmente não existe racismo no Brasil.

A escola deveria valorizar a “pluralidade cultural” (diferentes grupos sociais). O mito de que o Brasil possui uma democracia racial apenas impede os grupos étnicos de conquistar o respeito e o espaço necessários na sociedade. No entanto, percebe-se que o livro didático, nas raras ocasiões em que apresenta o preto, o faz de maneira marginalizada, isso demonstra que a educação brasileira parece não ser desenvolvida para alunos pretos, pois há uma nítida falta de identificação diante das características que lhes são atribuídas, já que por vezes elas aparecem distorcidas do contexto escolar. Então, podemos nos perguntar: Como é tratada a temática racial dentro da sala de aula? Será que os indivíduos pretos conseguem construir, de forma saudável, sua