A representação nos contos de fadas
INTRODUÇÃO
Há quem defenda que literatura infantil não nasceu destinada ao público infantojuvenil, ela era uma literatura voltada para adultos que foi adaptada para crianças.
Um dos autores responsáveis pelo advento dessas obras foi Hans Christian
Andersen que publicou entre 1835 e 1872 cerca de duzentos contos destinados ao público infantil, seguido pelos também famosos por este gênero Charles Perrault e os Irmãos Grimm, cujas obras estão até hoje em nossas prateleiras de livros. Longe de querer discutir a origem da literatura infantil queremos aqui sob o viés da análise do discurso estudar a influência desta literatura na construção da identidade e da autoestima da criança afrodescendentes presente nas escolas.
Os contos de fadas são adaptações dos contos populares ou de fábulas. Eles têm o objetivo de transmitir ensinamentos e valores de geração em geração, sua característica principal é a de sempre haver um herói ou uma heroína passando por diversos problemas para finalmente triunfar contra o mal. São essas aparentemente inofensivas narrativas, que encantam os nossos ouvidos, entram em nossa imaginação, embalaram o nosso sono e hoje embalam o sono dos nossos pequenos e sorrateiramente vai moldando a nossa imagem do que é belo e bom.
Parece um tanto maldoso fazer tamanha acusação contra as belas histórias de
Cinderela (A Gata Borralheira) e Branca de Neve e os sete anões, mas ao fazermos uma pequena observação podemos perceber a inexistência de personagens negros e o engrandecimento das personagens brancas, claro alguém ainda pode argumentar que foram histórias criadas na Europa, onde a maioria da população é branca, tentando explicar assim a realidade observada. O que esquecemos é que os contos de fadas foram adaptados e readaptados para a adequação nas sociedades onde estão presentes, então, por que é que no Brasil, um país tão miscigenado e orgulhoso de sua igualdade racial, não adaptou para a sua realidade as
personagens