A ideia sobre a origem da cultura
Uma resposta simplificada da questão seria a de que o homem adquiriu, ou melhor, produziu cultura a partir do momento em que seu cérebro, modificado pelo processo evolutivo dos primatas, foi capaz de assim proceder. Não resta dúvida de que se trata de uma resposta insatisfatória, com um odor tautológico (idéia repetitiva), e que não deixa de nos conduzir a uma outra pergunta: mas como e por que modificou-se o cérebro do primata, a ponto de atingir a dimensão e a complexidade que permitiram o aparecimento do homem?
Segundo diversos autores, entre eles Richarci Leackey e Roger Lcwin, o início do desenvolvimento do cérebro humano é uma conseqüência da vida arborícola (animais que vivem nas árvores) de seus remotos antepassados. Esta vida arborícola, onde o faro perdeu muito de sua importância, foi responsável pela eclosão de uma visão estereoscópica (ver em três dimensões). Esta, combinada com a capacidade de utilização das mãos, abriu para os primatas, principalmente os superiores, um mundo tridimensional, inexistente para qualquer outro mamífero. O fato de poder pegar e examinar um objeto atribui a este significado próprio. A forma e a cor podem ser correlacionadas com a resistência e o peso (não deixando ainda de lado a tradicional forma de investigação dos mamíferos: o olfato), fornecendo uma nova percepção.
David Pilbeam refere-se ao bipedismo como uma característica exclusiva dos primatas entre todos os mamíferos. “Quase todos os primatas vivos se comportam como bípedes de vez em quando”, afirma ele. A seguir considera que o bipedismo foi, provavelmente, o resultado de todo um conjunto de pressões seletivas: “para o animal parecer maior e mais intirnidante, para transportar objetos (alimentos ou